PÁSCOA: Tanto para o povo hebreu, que viveu durante 430 anos no Egito (quase todo esse tempo em regime de escravidão) quanto para os cristãos, a páscoa tem um significado essencial: libertação. Aproveitando-nos do tempo e da época, somos convidados a refletir sobre o significado básico deste precioso evento. No passado, Deus imprimiu na mente do seu povo que deveria reunir-se todos os anos e celebrar a libertação comendo pães sem fermento durante uma semana, acompanhado de ervas amargas e com a carne de um cordeiro sem defeito, imolado para a ocasião especial. O pão lhes lembraria a rápida fuga, sem o tempo para a preparação do pão com fermento, quando deixaram um país e toda uma vida de escravidão para trás. As ervas seriam a lembrança do amargor de ser escravo e não ter liberdade. O sangue do cordeiro seria passado nas portas, lembrando-lhes que a sua liberdade foi a custo de sangue e intervenção divina. Assim também lembrariam que não deveriam escravizar outras pessoas.
Com o advento Cristo, o Cordeiro Pascal veio trazer liberdade para que o ser humano pudesse ser, amar, servir e conhecer a verdade; e liberdade do pecado escravizante que cega e não permite ao indivíduo saber, sequer, que é escravo. Não é liberdade absoluta, no sentido pretendido pelo modernismo e pós-modernismo, mas relativa e condicionada à verdade absoluta que a define. Parte fundamental do sentido de liberdade está no respeito ao próximo, que é amar ao próximo como a si mesmo, mas isto fruto de servir a Deus, amando-o do todo coração, força, alma e entendimento.
Celebramos a liberdade cristã na Páscoa, conhecendo a Verdade, amando a Deus e ao próximo, obedecendo àquele que nos ensinou a fazer, em memória dele, a encenação daquela última ceia pascal de que ele mesmo partilhou. Repetindo-a por que Ele disse que estaria conosco até a consumação dos séculos.